FRANCISCO DE ASSIS RODRIGUES
Natural de Princesa Isabel, Paraíba, Brasil.
Reside em Brasília desde 1974 onde formou-se pele Centro de Ensino Unificado de Brasília – CUEB na áreas de Geografia.
Menção Honrosa no V Concurso Nacional de Poesia patrocinada pela Revista Brasília; Menção Honrosa no IV Concurso Raimundo Corrêa de Poesia.
Escreveu “Epílogo Poesias e Pensamentos”. Publica contos e crônicas em revista de circulação nacional.
[Biografia original de 1985. Não encontramos na web nem dados biográficos recentes nem foto do autor.]
ANTOLOGIA DE POETAS DE BRASÍLIA. Rio de Janeiro, DF: Shogun Editora e Arte Ltda, 1985. 140 p. Coordenação editorial: Christina Oiticica.
[Este exemplar foi doado por Carlos Edmundo da Silva Arnt, que tem seu poema na p. 27, para a biblioteca da Caixa Econômica, de Brasília, em 1985. A empresa se desfez do acervo e este exemplar foi para a livraria “sebo” de nosso amigo José Jorge Leite de Brito, que por sua vez nos doou um lote de livros para ajudar na montagem de nosso Portal de Poesia Ibero-americana, em 2021. A editora explicava: “Se você é um autor novo e quer editar seu trabalho, fale com a gente.”, na intenção de promover a criação literária entre os jovens. ]
MEU TEMPO
Meu tempo é esse que habito.
Dádiva desses dias quer trago da vida.
Grande esse amor que se desata da infância
e percorre os tempos, os campos semeados.
Meu pai lavrava a terra com suas mãos de mágico
e semeava hectares de esperança — o tempo da fartura
e da eternal propagação.
Quando era chuva era riqueza.
Erguiam-se os campos da fartura-partilha
e o madrigal dos homens rasgando a terra
no semeio da mais pura gestação.
Meu tempo é esse de vitórias.
O gado solto nos currais do céu
e minha mãe rezando, circunspecta.
O terço era o arado das quatro estações
que cobria meu pai de esperanças
no sossego da seara já ceifada.
Meu tempo é esse de fartura.
Comer o pão, a sêmola mais nutrida.
O balançar na rede que soluçava ao punho
num embalo de uma cantiga de ninar.
A fresca da manhã como um acalanto
a farfalhar as folhas no terreiro.
Meu tempo é esse de infância.
É o tempo que habito na memória.
É o tempo da solidão dos campos,
chuva e perdão.
Meu tempo é o tempo da infância
e do coração.
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Página publicada em fevereiro de 2021
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